domingo, agosto 12, 2012

Brincando de Haicai

Madrugada
Zero hora já
Durma na minha cama
E vamos transar


Só de sacanagem
Haikai sacana
É comigo gostoso
Hoje, na cama

Amadureci
Adeus meu amor
Quero não mais senti-lo
Cansei dessa dor 


Entorpecente
Acordo aqui
Olho pro lad'esquerdo
Gozei e não vi

Chão, meio chão e céu
A borboleta
o coelho, o mico
A natureza

Mãezinha
Rainha do mar
minha babalorixa
salve, Yemanjá

Branquinho
Amor de gato
Veio de mansinho
Pedir abraço


Made in Brazil
Pra dizer que é
Praia de carioca
Ter ginga no pé

Trapacinha
Cortei caminho
Só pra ver se vai dar
E fiz de olho



Poemas japoneses, por Akiharu e Tayane

domingo, agosto 05, 2012

Akiharu no telhado


Uma confusão frenética de sentimentos alucinados querendo sair, todos ao mesmo tempo. E os vasos estouram com o sangue que corre carregado de ilusões, e corre pra fora do meu corpo enquanto eu produzo sangue fresco, crowdeado de emoções boas. Mas a mistura de sangues me confunde, é um período de transição e, como todas as transições para mim são pesadas, essa promete seguir à risca os padrões.
Mas atenção, quero mesmo é que se foda, que se foda o mundo, que se foda o passado, que se foda o futuro, eu quero mais é viver. Quase dezoito e já tá na hora de mudar, tá na hora de crescer e, com sorte e com toda a confiança no que os amigos me dizem, eu já estou crescendo. Assim é que vai ser agora, não quero mais ficar na fossa, quero é sair do chão de amores. Amor por mim, amor pelos amigos, amor por todos os amores clichês e dramatizados que eu cultivo.
Quero plantar, literalmente. Quero plantar um tomate e vê-lo crescer até não caber no meu quarto, quero plantar um feijão porque isso eu nunca fiz. Quero cuidar da minha irmã, quero amar a minha mãe, quero virar adulta. E adulta, finalmente criança mais uma vez. E criança, finalmente crescendo de verdade. Quero viver todo o paradoxo e ironia, quero ocupar, quero protestar, quero politicar e quero gastar. Quero gastar muito. Quero ver filmes, quero ler livros, quero ouvir música. Quero sentir a verossimilhança e diferenciá-la da realidade. Quero, por querer. Quero.
Respiro fundo e mais uma vez. Inspiro e solto, o primeiro passo em direção ao novo. E minha respiração já foi, e meu universo se expande a cada momento. E tudo que eu penso é novidade, e tudo que eu vejo é progresso. E agora só o que eu quero é sair, viver, crescer e me tornar cada vez mais eu.
...e quero gastar. Quero gastar muito.




Cinco, sete, cinco... vamos lá:
Subi o morro
Encontrei pouco por lá
Fui pro telhado