segunda-feira, dezembro 31, 2012

Agradecido


Valeu a pena, verdade. Obrigado por tudo.
Agora só no ano que vem. Pode ser amanhã?

quinta-feira, dezembro 27, 2012

"Diz a lenda que:

Purifica, tonifica, lubrifica, dá o lustre, revigora, faz crescer e ficar bonito e é feita de tri-fosfato de pó embelezador, partindo do princípio de que ninguém é feio, você é quem bebeu pouco."

quarta-feira, dezembro 19, 2012

Sem beck, sem beca


Adultos adulterados dispersos.
Crianças.
Formandos, formados, desinformados
Mas informados, sim, sobre a vida pouca que tivemos
Malandragem de quem acabou de sair da fralda e ainda não tirou a chupeta
E daí já grandes, prontos pra beber e perder pontos na carteira de motorista.
Quem disse que é pra parar?
Sejamos rebeldes, caretas, artistas, poetas
Matemáticos, professores, vadios, trabalhadores. Sejamos pessoas.
E quero que vivam mais e mais, e quero que cresçam muito ainda.
E quero desfrutar dos frutos desse crescimento
E vê-los crescer, vê-los viver, festejar e, lá na frente
Revolucionar o mundo.
Porque é isso mesmo, somos aqui crianças em nossa própria criada infância
De gênios e sábios de nossa pouca grande vivência
E para os outros, lá fora:
Somos todos juntos e cada um em si mesmo o futuro da humanidade
Carregamos o mundo nas costas e nem percebemos
A realidade acompanha logo atrás
Às vezes pesam, nos quebram, arrebentam nossa vida e põem no lugar novamente
Em outro lugar diferente.
Somos aqui crianças. Somos aqui futuro. Somos aqui adultos.
Somos aqui formandos.
Somos aqui nada mais que nós mesmos.
Ergo minha taça, tiro meu chapéu:
Um brinde a vocês que passaram por isso.
Um brinde a nós que chegamos até aqui.
Um brinde a todos que passaram por mim, me construíram.
Um brinde a vocês que eu ajudei a construir.
Um brinde a nós que somos fodas!


terça-feira, dezembro 11, 2012

C'est fini

Entrei pela última vez numa escola essa manhã. Entrei sem o menor ânimo, como se nada fosse mudar e, na real mesmo, nada mudou. Entrei como quem não quer nada, quase que nem entrei. Na minha cabeça parecia não ser por nada, achava que era pura preguiça, mas agora penso que pode ter sido uma inconsciente ansiedade de ver o que me esperava. De ver meu futuro, de ver que realmente acabou.  É verdade agora, não faltam mais alguns anos, nem alguns dias. Fuck it, não faltam nem algumas horas, não é mais futuro. É passado agora, todos aqueles anos de uniformes e cadernos... passado. Todos aqueles anos esperando o dia de hoje... passado. E o dia hoje chegou e, agora, em toda minha inconsequência, quero mais. Pensava que ia ser o sonho, mas faz falta. Faz falta porque agora eu não sei o que pode vir. Tenho medo do desconhecido e passo todos os dias fora da rotina. Mas, pára e espera: não foi por isso que eu sempre esperei? Não foi isso que eu sempre lutei pra ter? Isso é, sim, com certeza, tudo que eu sempre quis. Mas, é, faz falta. Faz falta, mas é realmente um sonho. E, com minhas espectativas, cada dia daqui em diante é algo novo e maravilhoso. Não sou mais colegial, tenho pelo menos quatro meses como "vadio". E talvez tenha ainda uma nova alcunha daqui a quatro meses. "Universitário", que peso tem essa palavra. E que leveza, também. Talvez continue como vadio por mais um tempo mesmo. Não sei. Quem sabe? Mas uma coisa eu sei: saí do colégio hoje com a liberdade sob meus ombros, me levantando como se estivesse eu em cima de um balão. Eu pensava que não seria, mas tudo me aprece diferente. E que vontade de gritar e pular e correr. Vou guardá-las para as noites que virão com os amigos.
Mahalo a todos e boas festas.
Livre
Experiência
Mudança

sábado, dezembro 08, 2012

"Posso parar?"

"Paga pizza pro poeta."





quinta-feira, dezembro 06, 2012

Perdidamente

Ah, eu me apaixono.
Me apaixono perdidamente várias vezes por dia, todos os dias, por várias pessoas diferentes.

Rabiscadão

"Tatuagens são como uma linha do tempo."
"Completamente rabiscada, sem ordem e sem direção. Mas sim, são como uma linha do tempo."

sábado, dezembro 01, 2012

Colored Only


Ouço muitas pessoas "não-racistas" atestarem não serem racistas por "não enxergarem cores".
"Eu não vejo a cor das pessoas", eles dizem, "são todos iguais pra mim".
Ah, mas eu vejo as cores das pessoas. Vejo muitas e são lindas.
Vejo loiras fofas, vejo ruivas apaixonantes, vejo queimadas de praia, vejo moçinhas rosadas, vejo negras lindas, vejo morenas da cor do café, vejo senhores de cabelos cor de cinza, vejo senhoras com cabelos em tons de roxo, vejo mocinhas de olhos azuis, vejo aquelas dos olhos castanhos, já vi uma ou duas com olhos cor de mel, vejo várias de olhos em tons de verdes. Vejo cabelos coloridos, vejo peles coloridas, vejo olhos coloridos, vejo roupas coloridas, vejo almas coloridas. Vejo gente colorida passando por mim e me orgulho de dizer a qualquer um que eu vejo cores, sim. Nasci com a sorte de enxergar e de diferenciar uma cor da outra, entre tantos tons de marrom, rosa, amarelo, vermelho, verde, azul.
A humanidade é colorida, não com negros e brancos, mas com muitos tons de cores. E me orgulho de fazer parte dessa árvore multicolor com o meu singelo 488 C e me orgulho de ter contribuído para o arco íris da humanidade com meus verdes, rosas, vermelhos, laranjas, roxos, azuis e in betweens.
Eu vejo cores, sim, e tenho pena daqueles que não as vêem. Mal sabem eles o que estão perdendo.


"Percebam que a alma não tem cor. Ela é colorida, sim, ela é multicolor."

segunda-feira, novembro 26, 2012

O dessa noite


Comprei um panetone.
Tenho certeza de que não durará até o Natal.
É provável que não dure até o final de semana.
Tenho medo de que não dure até o final da noite.
Comi o panetone.

terça-feira, novembro 13, 2012

Muito


Dois. Um. Dois. Dois. Três. Dois. Três. Dois? Quê?
Uns relacionamentos frenéticos, mistura muito louca de sentimentos e relações. Todo mundo misturado; junto ou separado.
Passa pra aqui, para por lá; ama daqui, ama de lá; viaja pra ali, viaja pra cá. Uma relação grande como metade do Brasil, bagunçada como lençois da minha cama e que se encaixa de várias formas diferentes.
É tempo de mudanças, amores, reciclagem e carências. E saudades porque, independente do que sejamos, como posso viver sem vocês agora?

Amo muito, nos veremos em breve.
Com um beijo pra cada uma, da Aki.

domingo, novembro 11, 2012

Noves fora, zero.

A vida é boa. Cheia de altos e baixos, como uma grande montanha russa de momentos e, entre os altos, baixos e in betweens, sempre várias história incríveis pra ficar na memória.
E eu percebi que de todo dia merda dá pra tirar uma risada, uma gracinha ou um momento que é bom por sua simplicidade. Pára de guardar lixo na cabeça, Akiharu, guarda a parte boa e pensa que uma hora vai melhorar. E quando estiver bem não se vanglorie, porque uma hora vai piorar. E assim volto ao início do texto, aos altos e baixos dos quais se forma a vida. Boa em toda sua fantástica "maravilhosidade" e ruim como como todo bom monte de merda... mas antes de tudo, vida. Pra ser vivida. E pra se guardar tudo que couber na cachola e todos que couberem no coração, porque depois de um segundo, um dia ou uma noite... você só fica com a saudade que guardou daquele tempo que já foi, daquele sonho do qual você acordou pra poder sonhar de novo.

quarta-feira, novembro 07, 2012

Não sei nem o que falar

E isso é tudo que eu tô conseguindo dizer.

domingo, novembro 04, 2012

Eu Não Estudo Mais


Acabou. Toda minha vida acadêmica se resumiu a isso. Todos os meus feitos, meus professores, todo meu preparo se resumiu a esse final de semana, a essa prova. Todos os nove anos de estudo, testes, textos, notas e anotações... tudo se resumiu a esse singular momento da minha vida em que eu entreguei as duas provas mais importantes da minha vida acadêmica. E agora acabou. Assim, como se nem tivesse acontecido. Todo meu propósito se definiu no momento em que eu saí da sala e terminei uma das fases mais importantes da minha vida. A mais divertida e a mais chata, até agora. A única, até agora.
Agora vem a segunda etapa. Aquela em que a cultura que veio com todos esses anos permanece. Aquela em que só o que me importa é o que eu quero que importe. Claro que aprendi muito mais do que matérias pra essa prova. E agora é onde esse conhecimento que foi peneirado tão sabiamente durante todos esses anos, diferenciando aquilo que passa por essa primeira fase e aquilo que ficou, que se resumiu a uma prova, agora é onde eu ponho isso tudo à prova. Agora começa a nova história da minha vida, mais alguns anos e mais alguns conhecimentos adquiridos e diferenciados de outros que servirão para provas.
Agora que acabou... essa é a hora de jogar tudo fora. A hora de limpar minha mente de todo aquele preparo cuidadoso e sistemático de todos esses anos. É quase como a arte dos monges que fazem lindos desenhos de areia e sopram tudo pra longe depois. Agora acabou. Chega. Agora é hora de anarquizar minha vida, minha cabeça e mandar tudo à merda porque agora não há mais o que ser feito. Acabou.

Quando eu estava no colégio, na infância, eu pensava que tudo que me faria mais feliz no mundo seria acabar a escola... e parecia algo tão longínquo. O vestibular, quando inventaram o ENEM, era tudo muito longe, muito vago e muito cheio de esperanças. E hoje um ponto infinitesimal no espaço separou e transformou o futuro que eu tanto esperava e temia no passado  do qual eu tiro boas lembranças. E eu pensava nessa época, e acredito que todos pensamos em algum momento, que era só isso. Que era só terminar a escola e eu seria feliz e desimpedida pelo resto da vida. Mal sabia eu que ainda teriam outras fases, que sempre me poriam pra fazer alguma coisa, estudar mais, trabalhar, "ser alguém na vida". Agora vai começar essa história, espero que seja tão boa ou melhor e apenas tão ruim quanto a minha infância.

Acabou a minha infância. Agora sou adulta. Fiz o ENEM. Mas quer saber? Que se foda isso tudo. Quero mais é mandar essa prova à merda, quero mais é misturar tudo, bagunçar tudo. Agora sim eu vou viver, não quero saber de estudar, de trabalhar, por esse breve momento da minha vida no qual eu não estarei de férias. Eu estarei livre. Eu não serei mais estudante e não serei estudante ainda. Eu sei eu. Eu, ser humano. Quero mais é mandar essa prova à merda. Quero mais é ser feliz durante esse tempo que me resta. Afinal, não é uma prova, no meio de tantas outras, que vai definir a minha vida inteira. Eu defino a minha vida. E eu defino que ela não será resumida a uma prova. Quero é mandar essa prova à merda.

terça-feira, outubro 16, 2012

Encha o balão até estourar

Encha o balão até estourar. Porque esse balão estourado é feliz, morreu no auge de sua vida. Tristes aqueles balões que são enchidos pela metade e depois murcham.
Encha o balão até estourar.

segunda-feira, outubro 15, 2012

A Trois

Cheiro de mata
Aki é muito punk
Vinda de Barra

Tudo

Acabou de voltar ao normal.
Que bom :)

domingo, outubro 14, 2012

Pol(ih)gamei

Um romance a três num feriado. Ou foi um sonho. E agora acabou...?

Apego

Sentimento profundo. Choro, não choro. Algo preso lá bem dentro, uma agonia, desesper(o)ança, decepção com meus próprios pensamentos. As cartas me alertaram quanto a isso. E, em clima de despedida desde ontem, me despedi hoje querendo gritar ao mundo que não é assim que eu quero. Quero mais, quero ela de volta, quero as duas aqui, quero mais uma semana, quero vê-las a rir. Eu quero sempre mais.
Mas penso que vai melhorar, que vou viver mais, outras coisas, mais histórias, outros sonhos. Foi um sonho. Acordei. Porque só parando de sonhar se dá lugar a outros sonhos. Mas eu quero sempre mais.

Desapego

quinta-feira, setembro 13, 2012

Poeta batido


Oito horas da manhã, numa mesa de padaria com a clássica toalha quadriculada, jazem sob o sol uma xícara de café bem preto, um copo de cerveja gelada, um sanduíche natural de salpicão de frango e um cinzeiro cheio de bitucas com o meu cigarro queimando ao léu.
Ponho meus óculos com cuidado para não ferir meu nariz quebrado e tomo-me de ideias para começar a escrever. Rabisco, rabisco, rabisco no papel palavras sujas de quem está a três dias acordado. Rabisco por cima palavras bonitas de jovem rapaz que está fazendo aniversário.
Vou para casa hoje, se minhas pernas não me boicotarem. Minha mãe me esperará com um bolo e um sorriso no rosto. Meu pai diz que me comprará o que eu quiser, sem saber que nem eu sei o que quero pra minha vida. Farei arte hoje à tarde, mais à noite conhecerei um cara pra me apaixonar por uma noite e, quando o amanhã chegar, sentarei num bar e escreverei mais uma vez, então sobre o dia de hoje.

terça-feira, setembro 11, 2012

Never forget who you are, little star ♥

Vaca.
Faz três anos que te conheço e, sinceramente, naquela época eu não imaginava que conheceria alguém que fosse pra longe algum dia. Mas fico feliz, fico feliz por você ter a chance de ter uma experiência fantástica como essa, fico feliz de ter alguém importante o bastante que eu queira me despedir, fico feliz de ter uma amizade forte que saiba, com absoluta certeza, que vai durar independente da distância. Fico feliz de ter um amigo que me faça ter saudade... Sentirei sua falta, mas, como você mesmo disse, olharemos para o futuro e puf tá logo ali nosso reencontro. Você é uma pessoa incrível e um grande graaaande amigo, fico feliz por isso. Se divirta muito aí, nos divertiremos muito aqui e, quando voltar, nos divertiremos muito juntos. Todos.
Não esquecerei das suas palavras e pode ter certeza de que vou cumpri-las.
Te amo, Ushi. Seu lindo. Boa viagem. ♥

quarta-feira, setembro 05, 2012

Banquete psicossomático

Estou preso em sorriso alheio
Precisando derramar minhas próprias lágrimas
Que congelaram feito gelatina

E foram servidas em baquetes psicossomáticos
Pagos com tíquetes nervosos

Por Analistas gastrônomos
Que jogam pôquer
Apostando barbitúricos

Em quartos enfumaçados de bordeis
distribuidores de DST (entre elas vida)
na lapa de Darfur.

Estou com lágrima presa
Precisando rir o riso dos mortos
Enquanto crianças escravas
Brigam por programas mais curtos

Para que lhes sobrem tempo
Para ver desenho animado na televisão.
Faço escolhas como quem morre
E fuma vitorioso seu último cigarro

Frente ao carrasco
E sigo levantando minha bandeira
Com a garganta seca de riso e choro
Protelando para as próximas encarnações.


Um Banquete que eu recebi na rua, de um artista chamado Nelson Neto.

domingo, agosto 12, 2012

Brincando de Haicai

Madrugada
Zero hora já
Durma na minha cama
E vamos transar


Só de sacanagem
Haikai sacana
É comigo gostoso
Hoje, na cama

Amadureci
Adeus meu amor
Quero não mais senti-lo
Cansei dessa dor 


Entorpecente
Acordo aqui
Olho pro lad'esquerdo
Gozei e não vi

Chão, meio chão e céu
A borboleta
o coelho, o mico
A natureza

Mãezinha
Rainha do mar
minha babalorixa
salve, Yemanjá

Branquinho
Amor de gato
Veio de mansinho
Pedir abraço


Made in Brazil
Pra dizer que é
Praia de carioca
Ter ginga no pé

Trapacinha
Cortei caminho
Só pra ver se vai dar
E fiz de olho



Poemas japoneses, por Akiharu e Tayane

domingo, agosto 05, 2012

Akiharu no telhado


Uma confusão frenética de sentimentos alucinados querendo sair, todos ao mesmo tempo. E os vasos estouram com o sangue que corre carregado de ilusões, e corre pra fora do meu corpo enquanto eu produzo sangue fresco, crowdeado de emoções boas. Mas a mistura de sangues me confunde, é um período de transição e, como todas as transições para mim são pesadas, essa promete seguir à risca os padrões.
Mas atenção, quero mesmo é que se foda, que se foda o mundo, que se foda o passado, que se foda o futuro, eu quero mais é viver. Quase dezoito e já tá na hora de mudar, tá na hora de crescer e, com sorte e com toda a confiança no que os amigos me dizem, eu já estou crescendo. Assim é que vai ser agora, não quero mais ficar na fossa, quero é sair do chão de amores. Amor por mim, amor pelos amigos, amor por todos os amores clichês e dramatizados que eu cultivo.
Quero plantar, literalmente. Quero plantar um tomate e vê-lo crescer até não caber no meu quarto, quero plantar um feijão porque isso eu nunca fiz. Quero cuidar da minha irmã, quero amar a minha mãe, quero virar adulta. E adulta, finalmente criança mais uma vez. E criança, finalmente crescendo de verdade. Quero viver todo o paradoxo e ironia, quero ocupar, quero protestar, quero politicar e quero gastar. Quero gastar muito. Quero ver filmes, quero ler livros, quero ouvir música. Quero sentir a verossimilhança e diferenciá-la da realidade. Quero, por querer. Quero.
Respiro fundo e mais uma vez. Inspiro e solto, o primeiro passo em direção ao novo. E minha respiração já foi, e meu universo se expande a cada momento. E tudo que eu penso é novidade, e tudo que eu vejo é progresso. E agora só o que eu quero é sair, viver, crescer e me tornar cada vez mais eu.
...e quero gastar. Quero gastar muito.




Cinco, sete, cinco... vamos lá:
Subi o morro
Encontrei pouco por lá
Fui pro telhado

quinta-feira, abril 05, 2012

Pequeno conto de amor, por um filho apaixonado

Eu peço vocês imaginem essa história sendo cantada pela voz rouca de um jovem para o amor de sua vida:

Era época do rádio em Nova York.
Meu pai havia acabado de se formar em medicina. Apanhou o diploma e entrou no primeiro ônibus para a emissora de rádio que minha mãe ouvia naquela época. Ela adorava essa rádio. Entrou pelo prédio, escada acima, até o último andar, onde aconteciam as transmissões. Estava tocando uma música melosa, meu pai fez um pedido para tocarem um rock que era meio jazz, meio blues, meio hippie. Era a música que fazia minha mãe se lembrar dele, e lembra até hoje. Minutos antes de tocarem a música, ele puxou o microfone e declarou seu amor ao mundo, esperando que, com sorte, ela estivesse ouvindo naquele momento. "Oh querida Clementina, eu te amo. Casa comigo?" foi o que ele disse, e foi só isso que bastou. Na esquina de casa, ele foi atacado por braços, cabelos e beijos e um sincero "eu te amo". E "eu te amo" foi tudo o que ela disse, dizem eles que não era preciso mais nada, tudo estava implícito naquelas palavras. Nove meses depois daquela noite, eu nasci.
Essa é a história de amor mais linda que eu já ouvi, mas eu pretendo fazer uma ainda melhor. Você aceita o desafio?