quinta-feira, setembro 13, 2012

Poeta batido


Oito horas da manhã, numa mesa de padaria com a clássica toalha quadriculada, jazem sob o sol uma xícara de café bem preto, um copo de cerveja gelada, um sanduíche natural de salpicão de frango e um cinzeiro cheio de bitucas com o meu cigarro queimando ao léu.
Ponho meus óculos com cuidado para não ferir meu nariz quebrado e tomo-me de ideias para começar a escrever. Rabisco, rabisco, rabisco no papel palavras sujas de quem está a três dias acordado. Rabisco por cima palavras bonitas de jovem rapaz que está fazendo aniversário.
Vou para casa hoje, se minhas pernas não me boicotarem. Minha mãe me esperará com um bolo e um sorriso no rosto. Meu pai diz que me comprará o que eu quiser, sem saber que nem eu sei o que quero pra minha vida. Farei arte hoje à tarde, mais à noite conhecerei um cara pra me apaixonar por uma noite e, quando o amanhã chegar, sentarei num bar e escreverei mais uma vez, então sobre o dia de hoje.

terça-feira, setembro 11, 2012

Never forget who you are, little star ♥

Vaca.
Faz três anos que te conheço e, sinceramente, naquela época eu não imaginava que conheceria alguém que fosse pra longe algum dia. Mas fico feliz, fico feliz por você ter a chance de ter uma experiência fantástica como essa, fico feliz de ter alguém importante o bastante que eu queira me despedir, fico feliz de ter uma amizade forte que saiba, com absoluta certeza, que vai durar independente da distância. Fico feliz de ter um amigo que me faça ter saudade... Sentirei sua falta, mas, como você mesmo disse, olharemos para o futuro e puf tá logo ali nosso reencontro. Você é uma pessoa incrível e um grande graaaande amigo, fico feliz por isso. Se divirta muito aí, nos divertiremos muito aqui e, quando voltar, nos divertiremos muito juntos. Todos.
Não esquecerei das suas palavras e pode ter certeza de que vou cumpri-las.
Te amo, Ushi. Seu lindo. Boa viagem. ♥

quarta-feira, setembro 05, 2012

Banquete psicossomático

Estou preso em sorriso alheio
Precisando derramar minhas próprias lágrimas
Que congelaram feito gelatina

E foram servidas em baquetes psicossomáticos
Pagos com tíquetes nervosos

Por Analistas gastrônomos
Que jogam pôquer
Apostando barbitúricos

Em quartos enfumaçados de bordeis
distribuidores de DST (entre elas vida)
na lapa de Darfur.

Estou com lágrima presa
Precisando rir o riso dos mortos
Enquanto crianças escravas
Brigam por programas mais curtos

Para que lhes sobrem tempo
Para ver desenho animado na televisão.
Faço escolhas como quem morre
E fuma vitorioso seu último cigarro

Frente ao carrasco
E sigo levantando minha bandeira
Com a garganta seca de riso e choro
Protelando para as próximas encarnações.


Um Banquete que eu recebi na rua, de um artista chamado Nelson Neto.