quinta-feira, setembro 13, 2012

Poeta batido


Oito horas da manhã, numa mesa de padaria com a clássica toalha quadriculada, jazem sob o sol uma xícara de café bem preto, um copo de cerveja gelada, um sanduíche natural de salpicão de frango e um cinzeiro cheio de bitucas com o meu cigarro queimando ao léu.
Ponho meus óculos com cuidado para não ferir meu nariz quebrado e tomo-me de ideias para começar a escrever. Rabisco, rabisco, rabisco no papel palavras sujas de quem está a três dias acordado. Rabisco por cima palavras bonitas de jovem rapaz que está fazendo aniversário.
Vou para casa hoje, se minhas pernas não me boicotarem. Minha mãe me esperará com um bolo e um sorriso no rosto. Meu pai diz que me comprará o que eu quiser, sem saber que nem eu sei o que quero pra minha vida. Farei arte hoje à tarde, mais à noite conhecerei um cara pra me apaixonar por uma noite e, quando o amanhã chegar, sentarei num bar e escreverei mais uma vez, então sobre o dia de hoje.

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