quinta-feira, abril 04, 2013

"Ei, meu querido! A conta, por favor?"


Você me amava.
Me amou. Me amaria?
Nós nos amamos naquela sexta à noite, depois de cinco shots de tequila. Nos amamos novamente na noite seguinte, saindo do bar às 4 da manhã.
Na semana seguinte, você me amou durante a tarde, no restaurante. Você me amou depois do trabalho, eu em horário de almoço.
Você disse, eu me lembro. Eu disse que te quero, você respondeu "eu te amo".
Nós íamos nos casar no litoral, numa casa de campo alugada por temporada com seu cartão de crédito. Eu ia fazer o bolo, eu faço um bolo de morango muito bom. Seria uma cerimônia simples, eu convidaria meus amigos pois os seus não poderiam vir. Duraria o dia todo e, mais à noite, mandaríamos todos embora com docinhos bem-casados. E nos amaríamos a noite toda.
Esse era o nosso "felizes para sempre".
Mas você não é o amor da minha vida. É uma paixão passageira.
E eu não sou tudo que você sempre quis. Sou só um cara vestido de garçom.
Tenho plena consciência de que isso nunca daria certo e, depois da nossa aventura de uma semana, como previsto, você se foi.
Mas eu te amei de volta, não pense que sou cafajeste.
Eu te amei de volta naquela sexta à noite. Eu te amei de volta na noite seguinte. Eu te amei de volta quando você me encontrou no trabalho, com seu terno e sua maleta, e saímos para almoçar. Eu te amei de volta no nosso casamento. E, de tanto amar, acordei na minha cama, com uma ereção, depois da nossa noite de núpcias.
Ora, esse foi o nosso "felizes para sempre". E, como nos filmes de princesas, a nossa história acabou aí.
Você é homem, afinal. Tem mulher e dois filhos.
E eu...
Ah, eu sou só humano!

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