quinta-feira, julho 14, 2011

Diário de fã: é hoje.

13h44 - faltam 10 horas e 18 minutos.

Minha manhã foi tranquila, acordei bem tarde e fui pra escola só pra fazer a prova. Aproveitei que não tenho dor de cabeça por ler em ônibus e devorei mais uns três capítulos na minha ida ao colégio. Depois da prova voltei pra casa, li mais um pouco e daqui a pouco vou partir pra uma tarde inteira vendo o máximo de filmes que puder até dar 23h, pra depois ir direto pro cinema aproveitar minha solidão em meus últimos minutos com aqueles bruxos que já compartilharam muitas solidões comigo... em várias casas que eu já tive, na praia, na calçada da rua, no ônibus, no metrô, vou parar por aqui antes que eu chore. Hoje vou chorar também, e muito, tenho certeza.

02h48 - e agora são só lembranças.

Agora, depois de ver o melhor filme da minha vida, não sei bem o que é esse turbilhão de sentimentos no meu corpo. Foi o melhor filme, sim, e não porque foi o melhor da série de Harry Potter ou porque o filme em si é muito bom. Não, com certeza tiveram filmes melhores, apesar de achar que foi o melhor da série de Harry Potter mesmo. Mas foi o melhor porque tocou meu coração e me fez chorar de forma que, até hoje, só os livros conseguiram. Não sei se foi a emoção do momento, mas ali, saindo daquela sala de cinema do jeito que eu estava, pareceu que tudo estava em câmera lenta, e eu olhando pro chão sob meus pés, ali me pareceu que eu tinha saído daquela batalha. E tinha saído bem como eles saíram: vitoriosa, mas com várias perdas. Perdas que são como mortes. Porque eu sei que, por mais que eu veja mil vezes novamente, e leia mais tantas vezes os livros, essa foi a última vez que eu entrei numa sala de cinema para ver um filme de Harry Potter que eu nunca tinha visto antes. E eu aproveitei, aproveitei muito essas duas horas e quarenta e oito minutos. E aproveitei muito todos os oito anos que estive com eles. E eu sei que vou aproveitar ainda muito, por mais que não seja como antes. Nunca será como antes. Nunca mais. Doeu ver os três bruxos, antes pequenos como eu, hoje quase adultos - como eu - andando ao final de tudo, de toda a batalha, toda a luta. Vivos. Com várias partes faltando, mas com várias partes a mais no coração.
Dedico essa ao Harry, à Hermione, ao Ron, à Luna, ao Fred e ao George, ao Remus e à Tonks, ao Snape, à Minerva, ao Dumbledore, a todos os Weasley, aos elfos Dobby, Winky e Kreacher, ao Draco, ao Neville - aaaah, o Neville - e a todos os outros personagens que, fictícios para muitos, são tão reais pra mim que me fazem emocionar como muitas pessoas reais não são capazes. E, principalmente, à dona - não, à mãe de todo esse mundo e de todos esses bruxos e bruxas e muggles que sempre a amarão, não importa quem ela tenha matado ou quantos livros ela tenha feito. A J.K. Rowling, uma exímia contadora de histórias, cujos livros serão sempre lidos, relidos e lidos mais uma vez.
Obrigado.



Porque só nós que vivemos isso sabemos como realmente foi difícil ver o expresso de Hogwarts virar a curva lá no fim, levando embora todos nossos sonhos, toda nossa magia e os nossos heróis. E porque só nós sabemos o quanto é tão, tão difícil seguir em frente. Mas nós seguimos, porque, como eles, somos todos os heróis de nossas próprias imaginações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário